SAMBA E CIDADE
Ana Barone, Gleuson Pinheiro, Maria Feitosa
(.Orgs)
A consolidação do samba urbano
como um gênero musical coincide com a intensificação da urbanização e expansão
das cidades nas primeiras décadas do século XX. O primeiro samba gravado, Pelo
Telefone, retrata uma cena urbana: a relação ambígua entre lei, repressão e
jogos de azar na cidade do Rio de Janeiro nos anos 1910. Ao mesmo tempo, a
gravação dessa composição, ou seja, sua inserção na nascente indústria
fonográfica, guarda relações com a maneira pela qual as Escolas de Samba
passariam a figurar como símbolo da cultura urbana carioca, servindo de
inspiração e influência para outras regiões que tinham constituição
socioeconômica semelhante, com grupos negros originários de uma mesma matriz
cultural.
Esta coletânea reúne alguns
textos que exploram de formas variadas as relações entre samba e cidade no Rio
de Janeiro e em São Paulo. Parte dos capítulos, especificamente a que trata de
São Paulo, foi inicialmente apresentada e discuti da na edição de 2019 do
Seminário “A Cidade e a Questão Racial”, produzido anualmente pelo Laboratório
de Estudos de Raça e Espaço Urbano, LabRaça, na FAUUSP. Entre eles, estão os
capítulos de Gleuson Pinheiro, de Marcos Virgílio da Silva e aquele escrito
pelos organizadores. A esses textos, somaram-se os convites feitos a Wallace
Lopes Silva, Felipe Ferreira e Vinícius Natal, que contribuíram com reflexões
sobre o Rio de Janeiro.
SUMÁRIO:
7 SAMBA E CIDADE
Ana Cláudia Castilho Barone
Gleuson Pinheiro Silva
Maria Gabriela Feitosa dos
Santos
11 “NO TERREIRO DE PRETO VELHO
HÁ UMA FESTA DE
YAÔ”: OS LABIRINTOS DA CASA DE
TIA CIATA
Wallace Lopes Silva
39 LEMBRAR, DEIXE-ME LEMBRAR:
SAMBA E MEMÓRIA
COMO RESISTÊNCIA NEGRA NA OBRA
DE GERALDO
FILME
Marcos Virgílio da Silva
69 PERUCHE, CARNAVAL E
METRÓPOLE
Ana Cláudia Castilho Barone
Gleuson Pinheiro Silva
Maria Gabriela Feitosa dos
Santos
93 MIGUEL MOURA: NEGRITUDE,
PINTURA E CARNAVAL
NAS ARTES CARIOCAS
Felipe Ferreira
Vinícius Ferreira Natal
115 AS ESCOLAS DE SAMBA NEGRAS
DA PERIFERIA E A
HIERARQUIA DO CARNAVAL
PAULISTANO: DIFÍCEIS
ACESSOS
Gleuson Pinheiro Silva
139 SOBRE OS AUTORES