LEIA MULHERES RIO CLARO - Memórias de uma moça bem-comportada

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LEIA MULHERES RIO CLARO

Memórias de uma moça bem-comportada – Simone de Beauvoir. PARTE I

Como havíamos comentado na última reunião do grupo Leia Mulheres (30/08/2024), este livro indicado para leitura, pode ser considerado um dos mais significativos, pela sua história, objetivando todos aqueles que desejam compreender as origens dos movimentos que revolucionaram o comportamento feminino no século XX, e por inaugurar para o grupo de leitura o início de uma grande proposta de estudo e de sequência de leituras, àqueles que se interessarem. Significativo, ainda, pelo momento histórico pelo qual passa o país, com a emancipação da luta das mulheres, o posicionamento literário feminino diante de tantos anos de ocultação, a resistência diante de tanta violência sofrida e da necessidade de sedimentar definitivamente a posição das mulheres na sociedade.

Dizemos isso porque a obra de Simone de Beauvoir é um marco importante tanto nos aspectos literários quanto nos aspectos filosóficos e políticos que embasam os movimentos “feministas” que marcaram o século. A intensidade literária e a densidade proporcionada pela autora deve ser conhecida, estudada e apreciada.

Embora tenhamos começado a leitura pelas “Memórias de uma moça bem-comportada”, a desvendar a sua biografia, escrita em 1958, não foi, contudo por aí, que a sua obra literária começou. “A convidada”, de 1943, pode ser considerada sua estreia literária. Na sequência escreveu uma série de romances e participou ativamente da vida política e filosófica da sua época: a França do século XX. Em seguida vieram: “O sangue dos outros” é de 1945; “Todos os homens são mortais”, de 1946; “O segundo sexo, é de 1949”; “Os mandarins” lhe valeu o Prêmio Goncourt em 1954; “As belas imagens”, 1966; e “A mulher desiludida”, de 1968; “ A velhice”, de 1970.

Quando resolveu realizar sua primeira biografia publicou em 1958 o livro em questão “Memórias de uma moça bem-comportada”. Desse período até 1972,  esse empreendimento autobiográfico foi composto dos seguintes livros: “A força da idade”; A força das coisas”; e “Balanço final”. A eles se uniram a narrativa: “Uma morte bem suave” de 1964.

Recentemente, quase 70 anos depois de ser escrito, é publicado no Brasil, romance inédito de Simone de Beauvoir: “As inseparáveis”, escrito em 1954. É, também, um romance autobiográfico que conta a história da amizade passional que uniu Sylvie (Simone de Beauvoir) e Andrée (Élisabeth Lacoin, a Zaza), que aparece muito intensamente na sua primeira biografia. 

O livro que se está lendo tem seu enredo inicial focado na sua infância religiosa, vivida numa família de classe média parisiense que não a fez sucumbir. Boa parte da sua irreverência contra a submissão a que foi imposta e pela cultura que a cercava vai desabrochar em sua vida e obra. Em consequência, querendo se libertar do mundo burguês em que foi criada, passa a ter uma adolescência rebelde, encontrando na literatura seus momentos de reflexão. É óbvio que vão despertar seus interesses amorosos, suas amizades, sua busca por lugares em que podia exercitar sua inquietação e sua vontade de debater essa realidade. Enfim, é uma obra de referência.

Portanto, “bora” ler todas as obras.

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