Literatura - Sublimação – arte e psicanálise e literatura

Literatura - Sublimação – arte e psicanálise e literatura

Sublimação – arte e psicanálise e literatura.

 

No último dia 23 de outubro tivemos a oportunidade de participar de um encontro dos mais significativos, entre tantos outros bons eventos promovidos pelo SESC de Piracicaba. No catálogo do SESC a programação aparece como Oficina, com o título: Terror, Literatura e Psicanálise. A oficina integra o projeto Terror em cena – arte e cinema. Trazemos, portanto, mais uma obra literária que merece ser lida com toda atenção que ela merece: “As coisas que perdemos no fogo” da autora argentina Mariana Enriquez

Destaco este acontecimento, pois sempre acompanhamos as intervenções da profa. Josiane Sousa no mundo da literatura, doutora pela UNICAMP nessa área, uma das maiores intelectuais brasileira do mundo das letras, bem como pela coordenação sempre consciente da equipe “Sublimação – arte e psicanálise”, na pessoa da psicanalista Patrícia Olandini e do psicanalista Pedro Henrique Choayri.

A indicação do livro foi feita pela profa. Josiane, sempre atenta ao momento histórico. A autora, “uma das mais corajosas e surpreendentes do século XXI”, como apresenta a nota da Editora Intrínseca, “dá voz à geração nascida durante a ditadura militar na Argentina”.

Depois da fascinante apresentação feita pela profa. Josiane, mergulhamos na discussão de dois dos doze contos que compõem a obras, destacando a riqueza dessa literatura, que traz para a realidade cotidiana o horror não místico de suas intervenções.

O grupo de mais de 25 participantes fez intervenções precisas e questionadoras sobre a situação atual, principalmente em função da violência em que vivemos. Os psicanalistas destacaram as interpretações de Freud e Lacan, contribuindo e solidificando as análises. A leitura motivou vários destaques e comentários sobre filmes, séries e situações problemáticas trazidas pelos participantes, como, por exemplo, a questão dos feminicidios, cada vez frequentes no país.

Fiz questão de citar e deixar como provocação e reflexão para todos em forma de pergunta, a brincadeira que fiz até por descontração, com o tema escolhido pela Escola De Samba Vila Izabel do Rio De Janeiro para o Carnaval de 2025: “Quanto mais eu rezo mais assombração aparece”. Ou seja, por que uma escola tão tradicional escolhe um tema tão bizarro e deselegante? Imagens que vão percorrer o mundo?

A realidade realmente nos assusta diante de tantos horrores. Quando vejo todo dia e todas as horas nas televisões a visão daquele orelhudo que diz que vai acabar com o povo de Gaza, não posso deixar de lembrar do “baixinho orelhudo” (embora haja nisso um componente de preconceito quanto ao defeito físico que sai dos padrões estandardizados), o mais famoso da crônica policial argentina, um assassino de crianças e animais do conto “Pablito Clavó um Clavito: uma evocação do baixinho orelhudo” integrante da obra. E voltamos à pergunta que é conhecida: “a vida imita a arte, ou a arte imita a vida?”

Pois, bem, o livro físico não é fácil de achar e se encontra num preço realmente “salgado” em virtude de existir uma única edição que se tornou rara, mas pode ser encontrado de forma virtual por uma preço acessível. Não custa, também, uma visitinha no “Leitor Cabuloso”, como apresentado abaixo.

 

25 de outurbro de 2024

   Milton Machado Luz

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