UMA CONTRIBUIÇÃO DA BOITEMPO PARA O DEBATE SOBRE O RACISMO

UMA CONTRIBUIÇÃO DA BOITEMPO PARA O DEBATE SOBRE O RACISMO

CONTRIBUIÇÃO DA BOITEMPO PARA O DEBATE SOBRE O RACISMO.

Angela Davis, que esteve recentemente no Brasil , em Seminário promovido pela Boitempo e pelo SESC, foi clara em afirmar: “o mundo precisa rever seu modelo de organização econômica e a democracia ainda é uma luta a ser travada”. Enalteceu a luta dos brasileiros e brasileiras pela igualdade e liberdade.

Em publicação do Diário do Centro do Mundo do dia 20/10/2019, acrescentou a seguinte afirmação da convidada:

“A democracia, nos Estados Unidos como no Brasil, é uma democracia racista porque exclui os negros, é misógina porque exclui as mulheres, é elitista porque exclui os pobres, inclusive homens brancos, e é excludente também com as pessoas com deficiência”, afirma.

“A democracia que virá terá de corrigir tudo isso.”

“Mulheres, raça e classe”, de Angela Davis


Nota da Editora:

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. Além disso, a autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade.

Mulheres, cultura e política, de Angela Davis


Nota da Editora:

Nessa compilação de discursos e artigos, a ativista política Angela Davis – autora de Mulheres, raça e classe, publicado com estrondoso sucesso pela Boitempo em 2016 – apresenta um balanço de sua luta por uma mudança social progressista.

Dividida em três eixos temáticos, “Sobre as mulheres e a busca por igualdade e paz”, “Sobre questões internacionais” e “Sobre educação e cultura”, a obra aborda as mudanças políticas e sociais pelas quais o mundo passou nas últimas décadas em relação à igualdade racial, sexual e econômica.


A autora traz dados históricos e estatísticos detalhados sobre as condições das mulheres, da classe trabalhadora e da população negra nos Estados Unidos durante o governo Reagan, mostrando como a política adotada naquela administração operou para enfraquecer esses grupos sociais. Mostra, ainda, as influências das políticas norte-americanas em países da América Central, da África e do Oriente Médio, destacando o impacto que tiveram para fortalecer ... 

Uma autobiografia, por Angela Davis


Nota da Editora:

A Boitempo publica pela primeira vez no Brasil uma autobiografia, de Angela Davis.

Lançada originalmente em 1974, a obra é um retrato contundente das lutas sociais nos estados unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo. Davis, à época com 28 anos, narra a sua trajetória, da infância à carreira como professora universitária, interrompida por aquele que seria considerado um dos mais importantes julgamentos do século XX e que a colocaria, ao mesmo tempo, na condição de ícone dos movimentos negro e feminista e na lista das dez pessoas mais procuradas pelo FBI. A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta. questionando a banalização da ideia de que “o pessoal é político”, Davis mostra como os eventos que culminaram na sua prisão estavam ligados não apenas a sua ação política individual, mas a toda uma estrutura criada para criminalizar o movimento negro nos estados unidos. Além de um exercício de autoconhecimento da autora em seus anos de cárcere, nesta obra encontramos uma profunda reflexão sobre a condição da população negra no sistema prisional estadunidense.

A liberdade é uma luta constante, de Angela Davis


Nota da Editora:

O novo livro da ativista política Angela Davis reúne uma ampla seleção de seus artigos, discursos e entrevistas recentes realizados em diferentes países entre 2013 e 2015, organizados pelo militante dos direitos humanos Frank Barat.

Os textos trazem reflexões sobre como as lutas históricas do movimento negro e do feminismo negro nos Estados Unidos e a luta contra o apartheid na África do Sul se relacionam com os movimentos atuais pelo abolicionismo prisional e com a luta anticolonial na Palestina. Além de sua reconhecida atuação política no combate ao racismo, Davis denuncia também o sexismo, demonstrando de forma muito objetiva a relação entre a violência contra a mulher e a violência do Estado.

De acordo com a autora, não há possibilidade de se combater a violência sem desmontar as estruturas do sistema capitalista. Ao afirmar que, “quando as mulheres negras se movem, toda a estrutura política e social se movimenta na sociedade”, Davis sintetiza a importância fundamental do movimento das mulheres negras na desestruturação e desestabilização das rígidas e consolidadas relações desiguais de poder na sociedade, representadas pela dinâmica de violência, supremacia branca, patriarcado, poder do Estado, mercados capitalistas e políticas imperiais.

A liberdade é uma luta constante permite ao leitor acompanhar a saga dessa persistente e ousada ativista contra as diversas formas de submissão humana e tem um significado especial neste momento crítico da sociedade brasileira, que vive certo sentimento de desesperança e impotência ao perceber quão distante se está de uma mudança estrutural na política e de transformações efetivas na condição de vida da maioria. “A leitura desta obra nos recoloca em um espaço próprio, o da resistência, o de nunca desistir da luta que deve ser empreendida. Reencontrar o pensamento, as ações, o comprometimento de Angela Davis com as lutas que ultrapassam as questões vividas em solo nacional nos ensina também a pensar a nossa luta em relação a todos os ‘condenados da terra’, como escreveu Frantz Fanon.”, afirma Conceição Evaristo no texto de orelha.

Diante das injustiças globais, Angela Davis inspira o leitor a imaginar e construir um movimento de libertação de todos os seres humanos.

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